quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Macacos não transmitem a febre amarela!

     Quando falamos de febre amarela, é comum as pessoas confundirem a relação que existe entre a doença e os macacos. A febre amarela é transmitida somente por um mosquito infectado pelo vírus, e não por primatas. Mas como os macacos pegam febre amarela? Nas regiões de mata, um mosquito infectado dos gêneros Haemagogus ou Sabethes pica um macaco, que então começa a sofrer com a doença. Quando um inseto livre do vírus se alimenta do sangue desse macaco contaminado, ele é infectado pelo vírus da febre amarela, e então pode transmiti-lo para outro macaco, que pode espalhá-lo a outro mosquito… É, enfim, um círculo vicioso que já ocorre há muitos e muitos anos dentro das matas brasileiras.

     Os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes só circulam por áreas de mata, mas, se uma pessoa visita uma floresta ou mora perto de uma, por exemplo, pode ser picada por um desses mosquitos infectados e pode apresentar a febre amarela silvestre, entretanto, quando um mosquito Aedes aegypti, comum em diversas cidades brasileiras, pica uma pessoa infectada que voltou de uma região de mata, o Aedes pode armazenar esse agente infeccioso e, então, repassá-lo a outro ser humano que nunca visitou uma região de mata através da picada.



     Se isso ocorre em larga escala, desenvolvemos um ciclo de multiplicação da febre amarela dentro de cidades grandes. Em vez de termos Haemogogus e Sabethes infectados picando macacos e, eventualmente, um ser humano explorador, passamos a ter o Aedes Aegypti disseminando o vírus aos milhares de seres humanos que vivem nas metrópoles. Vale ressaltar que esse fenômeno não ocorre no Brasil desde 1942 e que os macacos são vítimas como os os humanos nessa situação.



Foto: Bugio ruivo (Alouatta guariba) Fonte: https://animalbusiness.com.br/colunas/animais-silvestres/bugio-ruivo/



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